A juíza Barbara de Lima Iseppi, titular da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, ganhou notoriedade após condenar o humorista Leo Lins a oito anos e três meses de prisão, em regime fechado, por declarações consideradas discriminatórias contra minorias. A sentença, divulgada na última terça-feira (3), atende a pedido do Ministério Público Federal e se baseia em um vídeo publicado pelo artista no YouTube em 2022.
Além da pena de reclusão, Lins foi condenado ao pagamento de multa no valor de 1.170 salários mínimos (cerca de R$ 1,4 milhão) e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A defesa do humorista classificou a decisão como “um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil” e afirmou que recorrerá da sentença.
A magistrada, no entanto, já era conhecida por decisões envolvendo figuras públicas. Em 2020, determinou a prisão preventiva de dois homens acusados de ameaçar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os suspeitos, que estavam em prisão domiciliar, descumpriram medidas judiciais após participarem de um protesto em frente à casa do ministro, em São Paulo, onde proferiram ofensas contra ele.
No mesmo ano, Barbara de Lima Iseppi também condenou o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do livro A Privataria Tucana, a sete anos de prisão por supostamente violar o sigilo fiscal de pessoas ligadas ao então senador José Serra. A acusação apontava que o jornalista teria prometido vantagens indevidas a um servidor público para obter as informações. Amaury nega a prática do crime.
Com essas decisões, a juíza se destaca por conduzir casos de grande repercussão envolvendo liberdade de expressão, autoridades públicas e figuras conhecidas da mídia.
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