A Gol Linhas Aéreas concluiu, nesta sexta-feira (6), o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, realizado com base no Capítulo 11 do Código de Falências norte-americano. Com a reestruturação, o Grupo Abra — holding formada pelos controladores da Avianca e da própria Gol — a a deter 80% das ações da companhia aérea brasileira. A empresa também anunciou um plano de cinco anos para reforçar sua posição no setor, ampliar a competitividade e reorganizar suas operações no Brasil e no exterior.
Durante o período em que esteve sob proteção judicial nos EUA, a Gol levantou US$ 1,9 bilhão em financiamento e quitou integralmente o chamado Debtor-in-Possession Financing, uma linha de crédito voltada a empresas em recuperação. Com a conclusão do processo, a liquidez atual da companhia é estimada em cerca de US$ 900 milhões. A expectativa é de que a alavancagem financeira, que atualmente está em 5,4 vezes, caia para menos de três vezes até o fim de 2027.

O CEO do Grupo Abra, Adrian Neuha, declarou que o fim da reestruturação marca o início de um novo ciclo para a Gol. Segundo ele, a empresa sai da recuperação judicial com uma base financeira mais sólida, custos operacionais reduzidos e estrutura organizacional adequada para expandir sua capacidade nos próximos anos. Neuha destacou ainda que o setor aéreo exige resiliência, considerando sua fragilidade frente a instabilidades econômicas.
Já o CEO da Gol, Celso Ferrer, afirmou que a companhia está preparada para avançar agora, com a conclusão da reestruturação financeira. Ele também mencionou os mais de 20 anos de atuação da empresa e reforçou que o objetivo é manter a Gol como uma referência no setor de aviação da América Latina. O foco da nova fase será ampliar rotas, melhorar a eficiência e alcançar maior presença em centros estratégicos.
Como parte do plano de fortalecimento, a Gol anunciou a aquisição de cinco aeronaves Boeing 737 MAX, com entregas previstas ainda para este ano. A companhia também concluiu a revisão dos motores de sua frota atual e pretende ter todas as aeronaves em operação até o primeiro trimestre de 2026. O projeto de expansão também contempla maior atuação em hubs no Brasil e no exterior, como parte do planejamento de longo prazo.
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